(Horrível)
Sei que não é correto conservar um pré julgamento acerca de uma obra cinematográfica antes de assisti-la. Mas no caso de "Gigantes de Aço", é impossível não faze-lo. É impossível não ter preconceito de um filme cujo título no Brasil só não é pior que o americano ("Real Steel"), que chega a ser uma ofensa ao público pagante. Impossível não condenar um longa que possua a plot que este possui. E, pelo menos eu, sou incapaz de fechar meus olhos à frase "A coragem pode ser mais forte que o aço", que consta no pôster brasileiro (e também configura na versão estadunidense do cartaz). Assim, desconsiderando - imprudentemente - os fatos que me indicavam que, possivelmente, isto seria nada mais, nada menos que uma das maiores bombas de 2011, quando alguns exemplares desta porcaria foram compradas pela videolocadora perto de minha casa, decidi, até mesmo por falta de opções, dar uma chance ao filme. Oh! Quisera eu ter locado dois, ao invés de três filmes aquele dia. Ao menos seria poupado de 126 minutos de algo tão torturante como este filme.
Apossando-se de uma premissa imbecil, por incrível que pareça, a execução consegue ser pior ainda! Um ex-lutador de boxe, veterano no ramo de lutas entre robôs (após o boxe humano ter sido extinto), relembra que possui um filho, após a morte de sua ex-esposa. Como pai desnaturado, decide conceder a guarda da criança a tia do menino. Porém, devido a uma oferta irrecusável, o boxer precisa passar um tempo com seu filho, em troca de dinheiro (que usaria para comprar um robô novo, após perder o seu em uma briga), enquanto os donos da guarda da criança vão viajar. E o que se segue (inclusive o final) é mais óbvio que último capítulo de novela da Globo. A preguiça (ou incapacidade?) dos roteiristas de redigirem algo, ao menos, tragável, é absurda! E o mais incrível é que eles acabam se apoiando nas sequências de ação do filme, numa tentativa fracassada de mascarar a horripilância do script.
Porém, até nisto "Gigantes de Aço" falha! As cenas mais simples de combate entre os robôs só demonstram a incompetência do diretor, ao extrair algo tão mal realizado de um coisa relativamente fácil (quando se trata de dir. Aliás, não só nas cenas de ação a direção deixa muito a desejar, mas em qualquer outro momento do filme a incapacidade e ineficiência do realizador fica mais visível. Basta reparar na cena de abertura, durante a estadia do protagonista em uma cidade do interior. Cidade esta, por sinal, pessimamente reconstituída por uma direção de arte estereotipada e superficial ao extremo, além da fotografia pedestre e ineficiente (elementos que perduram ruins até o encerramento da produção). O único ponto louvável na parte técnica deste filme são os efeitos visuais, que, merecedores de uma indicação ao Oscar nesta respectiva categoria, são funcionais, realísticos e minimalistas.
E, por mais inacreditável que isso possa soar, este blockbuster possui mais um ponto positivo: a desenvoltura do ator mirim que interpreta o filho do artista principal. Carismático, um tanto engraçado e convincente, o garoto cuida de melhorar um pouco (lê-se: tentar resgatar algo de bom dentre o emaranhado de imbecilidades das sequências) as passagens em que aparece. Todavia, não posso falar o mesmo de Hugh Jackman, que, ultimamente, anda trabalhando em projetos bem abaixo da média, vide "Wolverine" e "A Lista". Aqui, ele serve, quase que única e exclusivamente, como um mero "rostinho bonito", utilizado para enganar espectadores desocupados.
Não obstante, este longa ainda erra no principal quesito de um filme blockbuster: a diversão. É incrível como "Gigantes de Aço" é arrastado e monótono, apesar de todas as cenas de ação que possui em seu saldo geral. O que acaba representando as piores coisas que este sub-gênero tem a oferecer. "Real Steel" (oh, God!) é um dos piores filmes comerciais lançados nos últimos meses. Uma porcaria inenarrável!
Gênero: Ação
Duração: 126 min.
Ano: 2011
Marcadores:
Críticas
1 comentários:
Olá, Selton!
Aceito, sim, a parceria. Colocarei o link de seu blog na barra lateral do meu.
Abraços!
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