Cinefilia 01

sábado, 28 de agosto de 2010
Postado por Selton Dutra Zen 0 comentários

Há algum tempo vinha pensando em alguma coisa para aprimorar o C de Cinema. A ideia de criar uma coluna surgiu na minha cabeça. Inicialmente, a minha intenção era de usar uma nova mídia (vídeo) para esta coluna, mas, por inviabilidade técnica não consegui utiliza-la. Então, sem mais opções (podcasts ou comentários em áudio não dão certo, devido até à uma experiência falha ao utilizar esta mídia aqui, no C de Cinema), restaram apenas os bons e velhos textos.
A ideia de criar uma coluna para este blog se deve ao fato de que não estou contente com a frequencia dos meus posts, acho que as postagens estão sendo feitas com muito espaçamento, não por falta de filmes assistidos, mas confesso que, algumas vezes por preguiça e outras até por as minhas críticas não ficarem realmente boas (e prefiro não publicar, a publicar uma coisa mal feita). Outro motivo que me levou a criar esta coluna foi o fato de eu só estar publicando críticas no C de Cinema e eu gostaria de publicar outras coisas, outros assuntos, claro que relacionados a cinema.
Enfim, após pensar muito, decidi que esta coluna se chamará Cinefilia, e nela eu falarei de assuntos variados sobre cinema. Falarei de grandes clássicos e ainda de grandes diretores. Então esperem posts discutindo sobre atitudes das pessoas em uma sala de cinema, sobre os filmes blockbusters, entre muitas outras coisas, além claro, de comentar a filmografia de diretores como Stanley Kubrick, Quentin Tarantino, Alfred Hitchcook, Woody Allen, entre muitos outros, e até clássicos como a trilogia "O Poderoso Chefão", os dois filmes "Kill Bill" e a melhor ficção científica de todos os tempos: "2001 - Uma Odisséia no Espaço"
Espero que vocês gostem!

277. A Origem

domingo, 22 de agosto de 2010
Postado por Selton Dutra Zen 0 comentários

Sonho, é um tema muito interessante para se explorar em um filme. Além de proporcionar grande amplitude narrativa e técnica, pois pode-se imaginar qualquer história ou simbologia dentro dele, este tema pode até criar um exercício de estilo, para alguns diretores. "A Origem" é tudo isto, é inteligente e belo, tornando-se assim, na minha opinião, um dos melhores filmes de Christopher Nolan (perdendo somente para "Batman - O Cavaleiro das Trevas"), um dos melhores filmes que utilizam este tema (sonhos), e até um dos melhores filmes do ano! Nolan concilia muito bem os aspectos técnicos aos narrativos, na produção, ou seja, Nolan não insere efeitos especiais a troca de nada, somente para mostrar a qualidade dos aspectos técnicos. Não, os efeitos são usados em prol da narrativa, e não como mero exibicionismo. A cena em que a cidade se dobra (que, com certeza é um dos melhores momentos cinematográficos do ano de 2010), está lá, não simplesmente para nos mostrar os efeitos especiais incrivelmente bem feitos, mas aquela cena desempenha sim uma função narrativa (aliás, todas as cenas de "A Origem" possuem alguma importância no filme), além claro, de nos deixar maravilhados com a complexidade dos efeitos visuais, que são ricos em detalhes e chegam, muitas vezes, a causar confusão na nossa cabeça. Na verdade, não só os efeitos deixam nossa cabeça embaralhada, mas também o roteiro, que provavelmente é o mais inteligente do ano, nos deixa confusos, até mesmo pelo fato de a narrativa não parar para explicar os acontecimentos do filme. Em "A Origem", o expectador entende o filme sozinho, sem o auxilio da própria produção, e isso é muito bom! Christopher Nolan, que escreve, também dirige, este filme. E claro, vindo de uma pessoa que dirigiu "Batman - O Cavaleiro das Tevas" e "Amnésia" (os melhores filmes dele, junto de "A Origem"), não poderíamos esperar uma direção ruim, que claro, não acontece, pois Nolan é um diretor talentoso, basta olhar a interpretação que ele conseguiu extrair de Heath Ledger, no papel do Coringa. Como se não bastasse, "A Origem" impressiona ainda em sua montagem, muito complexa, até por ter que criar três sonhos (um dentro do outro), mais um limbo e ainda fazer o tempo passar de acordo com o nível de sonho em que a trama está se desenrolando (para isto, a câmera lenta é muito utilizada). A edição de som também merece destaque, por aumentar mais ainda as nossas emoções durante a projeção. E, para completar, "A Origem" ainda nos impressiona em seu elenco, que conta com incríveis atuações de atores e atrizes já consagrados, como Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard e Ellen Page. DiCaprio interpreta um ladrão que, junto de sua equipe, entram nos sonhos das pessoas para roubar segredos industriais. Ele aceita então, uma proposta feita por um empresário japonês: implantar uma ideia na mente de um herdeiro de uma empresa milionária. Posso afirmar que "A Origem" será indicado aos Oscars de melhor filme, melhor roteiro original, melhor montagem, melhores efeitos visuais e melhor som. E tem fortes chances de ganhar todos, senão a maioria! Fantástico!



Gênero: Ficção Científica
Duração: 148 min.
Ano: 2010

276. Meu Malvado Favorito

domingo, 15 de agosto de 2010
Postado por Selton Dutra Zen 2 comentários

"Meu Malvado Favorito" é uma completa enganação. É um daqueles filmes que possuem um trailer incrível, que quando o mesmo acaba temos vontade de ir correndo assistir o filme. Mas, quando você entra na sala de cinema, entusiasmado, e o filme começa, a sensação de decepção surge, logo nos primeiros minutos de projeção. Com uma premissa original, que conta a história do ponto de vista de um vilão, teoricamente "Meu Malvado Favorito" deveria ser um filme também muito original, e pode soar estranho, mas não há nada de original nesta produção. Pelo contrário, é um filme realizado com extrema falta de criatividade, fato que o leva a plagiar outros filmes, como "Wall-E", nos momentos em que a câmera perde e retoma o foco rapidamente, numa cena de ação. "Meu Malvado Favorito", acima de tudo é completamente sem graça. Você passa o filme inteiro sem rir! Um conselho: se você for assistir a este filme, não assista o trailer, pois as únicas cenas engraçadas do filme estão no trailer, sendo assim, as únicas sequências que prestam do filme são estragadas pelo trailer, o que reflete uma tentativa desesperada de ganhar público. Há piadas no filme que são tão sem graça, que chegam a ser embaraçosas. "Meu Malvado Favorito" insiste na tentativa de comédia, através de socos e tapas, mas claro, não manifesta nenhuma risada no público (pelo menos no público sensato). Aliás, um dos grandes atrativos deste filme são os "bichos amarelos" (na falta de classificação melhor). Mas acontece que eles também não possuem graça alguma, e o filme também insiste em coloca-los na maioria das cenas, porque afinal, eles são um dos poucos motivos pelo qual uma pessoa vai pagar para assistir este filme no cinema. Na metade do filme, estes "bichos amarelos" se tornam uma presença tão irritante, que temos vontade de sair da sala de cinema, quando eles entram em cena. A versão em inglês conta com as vozes de Steve Carell e Miranda Cosgrove, mas não tive a oportunidade de assistir a versão legendada, mas mesmo assim, tive a oportunidade de ouvir a voz de Marcius Melhem, que empresta muito bem a sua voz ao personagem Vetor. Eu acho que Melhem é um dos poucos pontos positivos do filme. Este é o primeiro filme do estúdio estreante Illumination Entertainment, e conta a história de Gru, um vilão que planeja roubar a lua, para superar a fama de seu inimigo, um outro vilão, chamado Vetor. Mas para isto, ele decide adotar três garotas, que serão de muita utilidade para ele em seu plano. Mas elas começam a conquistar o coração de Gru. Bem ruim!



Gênero: Animação
Duração: 92 min.
Ano: 2010

275. Olhos de Serpente

quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Postado por Selton Dutra Zen 0 comentários

Nicolas Cage é um péssimo ator. É raro vermos uma boa interpretação vindo dele. Mas isso não quer dizer que ele não faça filmes bons. A sua filmografia possui filmes bons, como "A Outra Face", "O Sol de Cada Manhã", "O Senhor das Armas", "Arizona Nunca Mais" e "Adaptação". E, analisando esses filmes percebi que a maioria deles possuem diretores extremamente competentes, dirigindo-os. Cage já trabalhou com John Woo ("A Outra Face"), com Spike Jonze ("Adaptação") e com Joel Coen, um dos irmãos Coen ("Arizona Nunca Mais"). Isso me leva a crer que Nicolas Cage, quando se associa à diretores bons, cria filmes bons (com exceção de "Coração Selvagem", dirigido por David Lynch, e que para mim, é um filme bem fraco!). Então, quando soube que "Olhos de Serpente" era dirigido por Brian de Palma, já esperava que fosse mais um bom filme com uma parceria de Nicolas Cage, com um diretor renomado. E, realmente, "Olhos de Serpente" é um filme muito bom, que acredito que seja bom, devido a parceria que citei acima. Logo de início, vemos o talento de Brian de Palma, onde os primeiros quinze minutos de projeção não possuem cortes. Essa é com certeza a melhor cena de "Olhos de Serpente". Nela, somos apresentados ao personagem principal de forma magistral, e ainda, como se não bastasse, vemos também o crime no ângulo de Nicolas Cage. A cena é um dos grandes momentos da carreira de Brian de Palma. Ela se inicia com uma jornalista gravando uma reportagem (onde somos informados do local onde estamos e o que está acontecendo neste local), a câmera vai se virando, e numa trucagem bem original, começamos a ser apresentados ao personagem interpretado por Cage, enquanto ele anda pelos corredores dos bastidores da luta, que vai acontecer naquele local (somos apresentados ao estilo dele, o jeito peculiar de ele resolver seus problemas e até ao fato de ele ser um policial corrupto), e, por fim, terminamos esta cena com o assassinato, que nós vemos do ângulo de Nicolas Cage. Esta cena forma a melhor cena do filme. "Olhos de Serpente" possui uma estrutura narrativa bastante original, principalmente por reconstruir os fatos da perspectiva de alguns dos envolvidos. Mas, Nicolas Cage, embora esteja atuando em um filme muito bom, possui uma interpretação péssima (como já é de praxe do ator). Cage interpreta um policial que vai assistir à uma luta, em uma arena, e acaba presenciando o assassinato de um político famoso. Ele decide então, ajudar seu amigo (um segurança) a achar o assassino. Embora seja um filme com alguns defeitos, os mesmos são pecadilhos, comparados ao filme todo. O que o torna mais um bom exemplo da junção de Cage com um diretor renomado.



Gênero: Suspense
Duração: 98 min.
Ano: 1998