311. Invasão do Mundo: A Batalha de Los Angeles

terça-feira, 19 de abril de 2011
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No final do ano passado, uma polêmica acerca de que os irmãos Strause, que haviam sido contratados para criar os efeitos visuais de "Invasão do Mundo: A Batalha de Los Angeles", desviaram verba e roubaram a ideia deste último, e criaram "Skyline - A Invasão", que por sua vez é um desastre! Se esta polêmica é verdadeira, não sei, mas "Invasão do Mundo..." é tão ruim quanto o filme dos Strause! Uma pena, pois realmente possuía potencial para ser um grande filme. Alguns até comparam "Battle: Los Angeles" e o acusam de plagio à "Distrito 9" e "Falcão Negro em Perigo", e confesso que não notei nenhum plagio a "Distrito 9", mas de "Falcão Negro em Perigo" sim, muitas ideias foram roubadas, e levando em conta que o mesmo é por si só uma porcaria, "Invasão do Mundo..." escolheu o filme errado para plagiar! Esta mais nova produção de ficção científica falha em tudo o que se propõe. Não diverte, não impressiona, não apresenta nada de novo, e possui alienígenas tão sem criatividade que até nos provocam risos. Os efeitos visuais conseguem convencer, mas são genéricos. A fotografia aposta em um visual moderno com constantes usos da câmera em mãos, mas o que poderia ser um artifício muito interessante acaba, por incompetência, se tornando um recurso irritante, que deprecia ainda mais o filme, que já não andava muito bem. O fotógrafo desta produção não possui noções básicas de filmagem, exagera absurdamente na técnica e acaba deixando "Invasão do Mundo..." mais artificial, enquanto o objetivo deste tipo de técnica é justamente se aproximar mais da realidade. O elenco é recheado de atores e atrizes medíocres, em interpretações pavorosas! Aaron Eckhart possivelmente no pior desempenho de sua carreira e Michelle Rodriguez, que é deixada de lado pelo roteiro, parece somente um enfeite, um artifício para preencher a tela. E sobre Jonathan Liebesman, o diretor, basta dizer uma coisa: Ele dirigiu filmes como "No Cair da Noite" e "O Massacre da Serra Elétrica - O Início", automaticamente, ele não merece respeito! E para completar, um roteiro superficial conta a história do dia em que a cidade de Los Angeles foi invadida por alienígenas e uma tropa do exército é enviada para resgatar civis no meio do caos.




(Muito ruim)

Gênero: Ficção Científica
Duração: 111 min.
Ano: 2011

310. Rio

segunda-feira, 18 de abril de 2011
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Se Woody Allen homenageou a cidade que tanto amava em "Manhattan", Federico Fellini homenageou Roma, em "Roma de Fellini", chegou a vez de Carlos Saldanha homenagear a cidade carioca em "Rio". Saldanha, brasileiro que foi para os E.U.A, iniciou sua carreira no cinema assumindo a co-direção do filme "A Era do Gelo", e nos dois posteriores da trilogia, passou a ser o diretor, e com certeza, ele sabe dirigir um filme animado! "Rio" cumpre tudo o que promete, se tornando um dos filmes mais divertidos deste ano! Alguns criticam esta produção dizendo que Saldanha perdeu o controle e exagerou nos clichês, mas, particularmente, isto não me incomodou nem um pouco. Mesmo não sendo tão engraçado quanto a trilogia "Ice Age", "Rio" nos reserva cenas que com certeza divertirá muito você! É interessante notar as inúmeras referências a filmes e músicas que fazem parte da cultura brasileira. Além das referências mais explícitas, como a trilha sonora composta completamente por músicas brasileiras (em sua maior parte, samba), alguns elementos no cenário e no vestuário dos personagens remete à algum ponto do Rio de Janeiro. Além de divertir esta animação consegue ainda emocionar e investe em alguns números musicais muito bem sucedidos e, consequentemente, se torna um prato cheio, um cardápio de emoções para os amantes da animação. E mesmo você não sendo amante do gênero, com certeza pode lhe proporcionar bons momentos de diversão. A versão em inglês apresenta vozes de Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Jamie Foxx e até Rodrigo Santoro. Já a versão dublada (a qual assisti) conta com o maravilhoso dublador Guilherme Briggs emprestando sua voz ao vilão do filme (Nigel). O roteiro, muito original, narra a história de Blu, uma Arara Azul que capturada de seu habitat natural, no Rio de Janeiro, ainda filhote, é forçada a voltar à cidade, muitos anos depois para acasalar com a outra última Arara Azul existente, a fim de salvar a espécie da extinção. Por estes motivos que citei, e muitos outros que devo ter esquecido, "Rio" é uma ode a cidade carioca, feita por um diretor brasileiro apaixonado por ela.


(Muito bom)

Gênero: Animação
Duração: 96 min.
Ano: 2011

Cinefilia 13: Trash: Pink Flamingos

segunda-feira, 11 de abril de 2011
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Obs: Este post contém spoilers!

Sempre fui adepto ao gênero trash. Então, unindo o útil ao agradável, resolvi que além de comentar assuntos diversos relacionados a cinema e analisar filmes clássicos, também irei conceder um espaço para o exploitation, que afinal, é um gênero muito particular e de certo modo, pouco comentado, mas que merece muito mais atenção do que possui. Então, para começar, nada melhor do que analisar "Pink Flamingos", um dos maiores exemplos de trash da história do cinema.

Antes, uma rápida pincelada na história: Divine é um travesti que orgulhosamente possui o título de "pessoa mais asquerosa do mundo". Ela vive em um trailer com sua mãe obesa (que vive em um berço), seu filho e uma garota. Um dia, um casal decide tirar o título de Divine, praticando atos extremamente anti-éticos e morais, como Divine vinha feito ao longo de vários anos. Começa então um duelo que resulta em um festival de cenas bizarras, nojentas, apelativas e violentas.

Estas cenas envolvem desde nudez constante, sexo explícito (entre mãe e filho), estupro, zoofilia, tiros e canibalismo, até cenas extremamente nojentas e repulsivas como Divine comendo as fezes de um cachorro, lambendo vômito e recebendo fezes de presente, e ainda, por outra pessoa, uma flexão anal. Como disse, "Pink Flamingos" é um filme um tanto peculiar!

Por ser de baixíssimo orçamento, John Waters dirige, escreve, produz e fotografa o filme. Waters realizou dois extremos cinematográficos: um trash repulsivo e icônico e uma comédia romântica adolescente denominada "Cry Baby", com Johnny Depp.

Nem preciso dizer que Waters realiza seu trabalho tão mal que resulta em um filme repleto de diálogos tolos e um roteiro falho, basta reparar na parte em que um dos vilões tem seu pênis cortado pelas suas prisioneiras, e minutos depois, quando a outra vilã se depara com a imagem de seu comparsa sem pênis, todo ensanguentado, grita: "Elas o castraram. Arrancaram seu pênis fora!", como se ninguém tivesse percebido isto. O roteiro ainda reserva tentativas falhas de criar frases de efeito e muitos palavrões soltos entre as palavras. Tudo isto pontuado por um elenco onde todas as interpretações são absurdamente ruins! Tão ruins que chegam a ser engraçadas, o que serve muito bem ao trash, cujo um dos seus lemas é ser tão ruim, a ponto de divertir!



Cômica também é a parte técnica! John Waters prova que não tem noção nenhuma de filmagem! Constantemente ele aplica zoons (in e out) deliberadamente, tem dificuldade de enquadrar os personagens e de manter a câmera estática ou no mínimo parada o suficiente para que possamos acompanhar o que se passa na cena. Ainda por cima, a qualidade de imagem é bem precária, que associada a uma edição ridícula, que algumas vezes sobrepõe diálogos e insere cortes bruscos de trilha sonora, e uma mixagem de som horrenda (notem que com o decorrer do filme, a altura das falas aumentam e diminuem, conforme os atores se aproximam e se distanciam do microfone), criam um espetáculo de mau gosto!

Enfim, este filme é um manual perfeito de como se fazer um trash de qualidade e uma obra fundamental para qualquer admirador do cinema B.

Como a própria frase em um dos pôsters já diz, "Pink Flamingos" é "um dos mais vis, estúpidos e repulsivos filmes já feitos!", e eu concordo plenamente! Fica ao lado de "Plano 9 do Espaço Sideral", mas se Ed Wood realmente acreditava que estava fazendo um bom filme, aqui John Waters sabe e assume que seu filme é uma verdadeira porcaria, e isso faz toda a diferença!


309. My Best Friend's Birthday

terça-feira, 5 de abril de 2011
Postado por Selton Dutra Zen 2 comentários

Poucas pessoas sabem que antes de seu primeiro longa, "Cães de Aluguel", Quentin Tarantino escreveu e dirigiu o curta metragem "My Best Friend's Birthday". Na verdade, este era para ser um longa metragem que segundo algumas pessoas, teria 69 minutos de duração, mas o próprio Tarantino se envergonhou do projeto e o abandonou, deixando-o incompleto, com apenas 36 minutos. O filme que ele nunca terminou. Aliás, ele tem vergonha do filme e se recusa a tratá-lo como seu. As cópias foram retiradas de mercado, mas o curta pode ser assistido pela internet. Ok, mas o filme é bom? Não, é muito ruim! Depois de assisti-lo entendemos porque Tarantino se recusa a adotar como seu. Mas esse seu deslize aqui é altamente perdoável, uma vez que o estilo, os trejeitos e as marcas registradas de Quentin ainda não estavam lapidadas, estavam brutas, claramente amadoras. Algumas cenas são tão ruins que nos transmitem vergonha alheia! Tarantino (para poupar gastos) atua como personagem principal, ainda com seu talento escondido em algum lugar que só em "Cães de Aluguel" iria se manifestar. O roteiro é mal desenvolvido, o filme é mal editado e os atores são péssimos, porém "My Best Friend's Birthday" possui diálogos que são mais uma prova do talento escondido de Tarantino. Talento que mais tarde, já lapidado, resultaria em cenas de quase 10 minutos de diálogos nerd, sobre cinema, música e até lanches de fast food! Neste curta-metragem vemos personagens conversando sobre Marlon Brando, Elvis Presley, Brian de Palma, "Vestida para Matar", "A Condessa de Hong Kong", além de referências a Charles Bronson e "Psicose". Tarantino interpreta um homem que contrata uma prostituta para satisfazer seu melhor amigo no dia do aniversário dele. A partir daí, tudo da errado e eles acabam se envolvendo com pessoas e situações inimagináveis. Quem é fã de Quentin Tarantino (como eu) pode até conseguir assistir, encarando como uma raridade, mas uma coisa é fato: este filme é muito ruim!




(Muito ruim)

Gênero: Ação
Duração: 36 min.
Ano: 1987