283. Tropa de Elite 2

domingo, 31 de outubro de 2010
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O cinema brasileiro é alvo do preconceito por parte de muitas pessoas. Isso é fato. Mas é um fato absolutamente sem sentido, levando em conta à quantidade de filmes bons brasileiros que são desperdiçados pelo público sob o simples pretexto de serem nacionais! Sim, o cinema brasileiro já passou por um período fraco, em termos cinematográficos, mas este período passou, e atualmente, produções de alto nível estão surgindo, mas infelizmente, elas não tem espaço devido ao preconceito de certas pessoas que preferem recorrer ao cinema norte americano, ao invés de prestigiar a nossa evolução fílmica! Isso é lastimável! Não que o cinema norte americano não possua bons filmes, mas eles não são os únicos que fazem filmes de qualidade. Porém, fico feliz de saber que, mesmo sendo muito poucos, alguns filmes brasileiros conseguem ser reconhecidos e até admirados pelo público, como foi o caso de "Tropa de Elite" e, agora, "Tropa de Elite 2". Então, você aí, que xinga o cinema brasileiro sem ao menos ter assistido à estes dois filmes citados acima, deixe seu preconceito tolo e sem sentido de lado e confira-os, que com certeza, você vai se surpreender! Enfim, vamos ao filme: "Tropa de Elite 2". Tanto o primeiro, como o segundo possuem a mesma qualidade, sendo assim, não sei dizer qual o melhor, os dois se completam. É admirável também o realismo das cenas desta produção, criado a partir da linguagem (sim, é uma linguagem muito chula, repleta de palavrões, mas sem ela, o filme não seria o mesmo), da atuação do elenco, do qual gostaria de felicitar a performance de Wagner Moura, como o icônico Capitão Nascimento, que consegue transparecer a expressão de cansaço, unida com a garra de conseguir o seu objetivo, que é acabar com o "sistema" regido pela polícia e pelo governo brasileiro. Notem que nas cenas em que ele afronta ou é afrontado pelos seus amigos, ou até pela sua família, Moura começa a piscar freneticamente, expressando angústia e tristeza, mas nunca perda de esperança. Isso faz de Wagner Moura um dos melhores atores brasileiros, numa das melhores interpretações do cinema nacional, no personagem mais marcante do mesmo. E tudo isso, como se não bastasse, é regido pela direção soberba de José Padilha que, com seu roteiro e seu estilo de filmagem eficaz, dinâmico e verossímil, nos transporta para o mundo das favelas e dos bastidores da polícia e do governo brasileiro. Nos apresenta à uma verdade que, embora mostrada como uma ficção, retrata o cotidiano do sistema político brasileiro que todos sabemos ser a realidade do nosso país. Agora, Capitão Nascimento foi afastado do BOPE e vai parar na secretaria de segurança pública onde descobre que o "sistema" também envolve os governadores e, a todo custo, tenta acabar com os corruptos e com o tal "sistema" que favorece os mais poderosos. Muito bom!



Gênero: Ação
Duração: 116 min.
Ano: 2010

Cinefilia 06: Clássicos - Star Wars IV, V e VI

sábado, 23 de outubro de 2010
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Obs: Este post contém spoilers!

Inicialmente, planejava escrever na coluna Cinefilia de hoje sobre os seis filmes da saga "Star Wars", mas por problemas de tempo, não pude reassistir os episódios I, II e III, então decidi escrever somente sobre os episódios IV, V e VI, que respectivamente são: "Uma Nova Esperança", "O Império Contra-Ataca" e "O Retorno de Jedi".

A franquia foi dividida em duas: A nova e a antiga trilogia. A antiga teve seu início em 1977, com o lançamento de "Star Wars IV: Uma Nova Esperança", enquanto a nova se iniciou com "Star Wars I: A Ameaça Fantasma", em 1999. Os motivos de a série ter sido dividida assim, por George Lucas, seu criador, foi devido à tecnologia que a época proporcionava aos filmes. Sendo assim, a trilogia inicial assumiu o papel de contar a história da guerra entre os rebeldes (entre eles, Luke Skywalker, a princesa Leia, Han Solo e Chewbacca) contra o Império, instituição que comandava a galáxia com punhos de ferro, que tinha como um dos comandantes, Darth Vader.

A franquia revolucionou o cinema, principalmente na indústria dos efeitos visuais, algo que poucos filmes conseguiram fazer, como "2001 - Uma Odisséia no Espaço", levando em conta as suas respectivas datas de lançamento. Não é a toa que esta saga virou cult, símbolo nerd e o motivo pelo qual muitas pessoas se tornam cinéfilas.

Vamos aos filmes:

"Star Wars IV: Uma Nova Esperança" (1977): O primeiro filme da franquia. Somos apresentados aos personagens de uma forma dinâmica, que merece ser ressaltada, mérito do roteiro que, muito bem escrito por George Lucas (no único filme da trilogia clássica que ele escreve e dirige), nos apresenta também à uma história perfeitamente amarrada e interligada, que faz os minutos do filme passarem voando! Notem também que o roteiro constantemente menciona o pai de Luke Skywalker, para logo depois, no episódio V, revelar a verdadeira identidade do pai do mesmo.

"Star Wars V: O Império Contra-Ataca" (1980): O bom roteiro ainda continua, embora não tenha sido escrito por George Lucas. Notem que, enquanto no capítulo anterior da saga, Luke Skywalker estava mais inseguro quanto ao seu destino, neste filme, ele já está muito mais decidido, maduro e focado em seu objetivo. E é neste filme que ocorre a revelação da verdadeira identidade do pai de Luke, que é Darth Vader! E é neste filme também que a icônia frase é pronunciada: "Luke, I'm your father!".

"Star Wars VI: O Retorno de Jedi" (1983): O capítulo final da série, que é muita bem concluída com este filme que possui uma sequência belíssima e muito emocionante para quem é amante da sétima arte, que é a sequência em que a galáxia comemora a derrota do Império, e o filme, bem como a série, termina com fogos de artifício, e todos os personagens principais em frente a câmera como se estivessem posando para uma foto! Fantástico! Além disso, a cena da luta final entre Darth Vader e seu filho, Luke, é memorável!

Enfim, "Star Wars" é uma saga para toda a família, além de ser nerd, cult e de ter eternizado frases e personagens, como Luke Skywalker, Han Solo, princesa Leia, Chewbacca, Jabba, Yoda, C-3PO, R2-D2 e Darth Vader! Até o próximo post!


282. Eu Tu Eles

segunda-feira, 18 de outubro de 2010
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"Eu Tu Eles" é o segundo longa de Andrucha Waddington, que iniciou sua carreira com "Gêmeas", o qual possuía Fernanda Torres e Fernando Montenegro no elenco, que iriam se juntar novamente em "Casa de Areia", também dirigido por Waddington. Enfim, o diretor aqui referido não era ainda tão experiente no ramo cinematográfico, embora tenha vindo de uma família muito ligada ao cinema, quando se diz respeito à direção, produção, e outras coisas do mesmo, quando fez "Eu Tu Eles". E Waddington, junto com a roteirista desta produção se perdem por deixarem o filme arrastado e cansativo demais. O filme vai bem até uns 40 minutos, mas depois começa a despertar um desinteresse no espectador, o qual se dispersa durante a projeção. Inicialmente, "Eu Tu Eles" teria praticamente duas horas e meia de duração, mas Andrucha decidiu cortar o prólogo, que estaria no filme, na versão completa e que ocuparia 45 minutos da produção. Se com uma hora e quarenta e quatro minutos, "Eu Tu Eles" já é arrastado demais, imaginem com mais o tempo adicional da versão sem cortes?! Mas Waddington merece ser parabenizado pelas trucagens de câmera que estabelece durante toda a produção. E ainda, o roteiro, embora seja cansativo e arrastado, alcança uma grande profundidade quando o assunto são os sentimentos de um personagem. Notem que o psicológico da personagem de Regina Casé é muito bem constituído, o que é indispensável, pois mais tarde precisaremos desta constituição para podermos julgar as atitudes da mesma, analisando seu estado psicológico, e as razões que a levaram a praticar tal ato bizarro (que no caso do filme, é estabelecer relações amorosas com três homens. Quando digo "relações amorosas", me refiro não só ao sexo, mas também ao tratamento típico de um casal, marido e esposa). Gostaria também, de felicitar o elenco de "Eu Tu Eles". Regina Casé é a melhor do filme. Ela consegue alternar muito bem a dor com a alegria, consegue passar a angústia que é viver em um casamento infeliz. Stênio Garcia, como seu personagem exige, está extremamente carismático, a ponto de, em alguns momentos, conseguir nos arrancar um sorriso, e que serve muitas vezes de alívio cômico para momentos tensos do filme. E, fechando o elenco, Lima Duarte continua como sempre: rendendo uma ótima performance! "Eu Tu Eles" conta a história de uma mulher que após morar 3 anos na cidade grande volta ao sertão, para iniciar uma nova vida lá. Ela conhece três homens e acaba mantendo uma relação de casal com os três, ao mesmo tempo. Mediano, por ser arrastado. Talvez se este filme possuísse a mesma duração do primeiro filme da carreira de Andrucha Waddington, "Gêmeas" (75 minutos), ele se sairia muito melhor!



Gênero: Drama
Duração: 104 min.
Ano: 2000

Cinefilia 05: 2 Anos de C de Cinema

sexta-feira, 15 de outubro de 2010
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Hoje, o C de Cinema comemora uma data muito especial: 2 anos de blog! Isso me motivou a escrever a coluna Cinefilia de hoje, para falar um pouco da história do referido acima.

Tudo começou com a minha paixão pelo cinema. Nenhum amigo meu era cinéfilo, embora alguns gostassem de cinema, mas não viam a sétima arte como paixão, e sim, como um passatempo, uma diversão, muitas vezes ocasional. Foi aí que, sentindo necessidade de expressar esse sentimento sobre cinema, bem como, minhas opiniões sobre determinados filmes, que resolvi criar um blog, para servir como válvula de escape. Com a ajuda de um amigo, escolhi o nome C de Cinema.

No inicio, via o blog não como uma coisa tão séria, mas aos poucos, ao longo de 2 anos, fui, cada vez mais, levando mais a sério o C de Cinema.

Lembro da primeira crítica que fiz para este blog. Foi do filme "O Amigo Oculto", onde eu ainda era inexperiente em fazer textos analisando filmes, e a crítica ficou horrível! Demorou muito (mais ou menos umas 50 críticas) para as análises ficarem um pouco mais substanciais.

De início, escrevia sobre todos os filmes que assistia, mas com o tempo, isso foi cansando e as minhas críticas piorando. Era muita quantidade e pouca qualidade. E isso estava me sobrecarregando, pois assisto em torno de, no mínimo 5 e no máximo 15, 16 filmes por semana (durante uma semana normal, claro). Assim, resolvi diminuir muito o número de críticas no blog.

Durante estes dois anos, o C de Cinema passou por muitas mudanças e empecilhos no caminho. Duas vezes eu parei de escrever no blog (por falta de inspiração), e estas pausas duraram em torno de três à quatro meses. E há mais ou menos um ano venho postando críticas, colunas (Cinefilia) e especiais, como nas semanas anteriores ao Oscar, onde faço críticas de todos os filmes que assisti e que concorrem ao Oscar e ainda as minhas apostas e comentários sobre a cerimonia e os ganhadores. Agora não pretendo parar mais! Chega de pausas de três meses!

Enfim, gostaria de agradecer a vocês, leitores, pois sem vocês, o C de Cinema não seria nada! Gostaria de agradecer também aos blogs parceiros, por acreditarem no C de Cinema. Obrigado a todos que acompanham o blog!

Espero que o C de Cinema complete mais muitos anos! Até o próximo post!

281. Garota Infernal

sexta-feira, 8 de outubro de 2010
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"Garota Infernal" me surpreendeu. Pensei que veria um filme horrível, insuportável, mas aviso de antemão, não é um filme ruim, mas sim mediano. É evidente que este é um filme feito propriamente para adolescentes, o que fica claro por vários motivos, sendo um deles o constante emprego de musicas de rock adolescente. Então, não assista este filme esperando muito, simplesmente espere se divertir, levar susto (embora o susto em si seja um sentimento vazio, que não contribue em nada para o filme, se não for bem aproveitado, e nesta produção ele não é bem aproveitado). "Garota Infernal" possui atuações medíocres tanto de Amanda Seyfried, quanto de Megan Fox, sendo que Fox está longe de repetir os mesmos erros de sua interpretação em "Transformers - A Vingança dos Derrotados", mas também longe de alcançar uma atuação digna. Na verdade, Megan Fox só chegou à fama devido ao seu corpo escultural, que por sinal, é muito bem explorado neste filme. "Garota Infernal" peca também por possuir mudanças bruscas de música, e consequentemente, de clima. Assim, vemos a cena onde Jennifer (Megan Fox) aparece pela primeira vez possuída, ensanguentada, na casa de sua melhor amiga, interpretada por Amanda Seyfried (aliás, esta cena é muito boa!), neste momento o filme cria um clima de suspense muito bom, que é cortado de forma brusca por uma música de rock e a imagem de uma rua, num dia lindo. Outra coisa que me incomodou durante a projeção, foi a quantidade imensurável de elementos trash, basta notar o gancho no lugar da mão do professor da escola onde as duas amigas estudam, ou a trama, com uma história bem fraca e absurda, as cenas de morte (sendo mais específico: a cena em que Jennifer arranca a carne do peito de um homem, e começa a beber seu sangue, como se estivesse bebendo água em um rio, com as mãos), e por último, o vômito da personagem, que mais parece um jato de graxa saindo da boca de Fox. Estes artifícios trash não prejudicariam a produção se o filme se assumisse como trash, mas isso não acontece, e automaticamente, estes trejeitos se tornam inconvenientes. Quem escreve o roteiro de "Garota Infernal" é Diablo Cody, que escreveu também "Juno", e aqui opta por uma história completamente diferente, e decepciona, devido a diálogos bobos e uma trama fraquíssima, que conta a história de Jennifer, uma garota que, após ser vítima de um ritual maligno, fica possuída. Ela, agora, precisa comer carne humana para ficar bonita e invencível. Enfim, este é um filme bobo, mas que proporciona diversão. Não diria diversão, mas nos faz passar o tempo. Iria dar duas estrelas para "Garota Infernal", mas devido ao corpo escultural de Megan Fox, este filme passa de ruim, para mediano, sendo assim, ele merece uma estrela a mais!



Gênero: Terror
Duração: 102 min.
Ano: 2009

280. Persépolis

domingo, 3 de outubro de 2010
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Há alguns anos atrás, as animações começaram a passar por um processo de transformação. Se antigamente as animações eram voltadas ao público infantil, hoje várias estão evoluindo, deixando de serem somente infantis, para se voltarem ao público jovem e adulto. Alguns filmes animados podem ser assistidos por crianças e adultos, sendo que ambos saiam satisfeitos, pois as crianças, verão um filme divertido e os adultos, um filme profundo e tocante. Isso sempre acontece com os filmes da Disney/Pixar. Não digo evolução somente em técnica, mas também em temática e conteúdo. Hoje vemos animações tratando de temas violentos, mostrando sangue e nudez. Esta mudança vem gerando bons filmes, como "Valsa com Bashir" e "Persépolis", que no caso, são filmes voltados ao público adulto, pois possuem como temática a guerra (que é tratada de forma explícita em ambos), e muitas outras cenas, como, em "Persépolis", os momentos em que os jovens fumam maconha, ou até a linguagem que utiliza palavrões e diálogos de nível muito baixo, como por exemplo, em certo momento um homem solta esta frase: "Mulheres como você, eu estupro e jogo no lixo!". Além disso, o filme adota, em algumas cenas, um humor negro, perverso, ou várias cenas de conteúdo forte, como na cena em que a garota Marjane (personagem principal) influencia seus amigos a correrem atrás de um garoto, com pregos na mão, para furar os olhos dele. Definitivamente, "Persépolis" não é um filme infantil! Vale ressaltar também a maneira com a qual o filme explora o drama do regime pelo qual o Irã estava passando. Aos olhos de Marjane e de sua família, vamos acompanhando a dor da perda e da prisão de um membro da família. Esta produção peca somente por, em seu início, haver uma quantidade excessiva de fades in e out. "Persépolis" conta a história de Marjane, uma garota iraniana que acompanha o drama do regime imposto em seu país, e as constantes guerras contra o referido, em busca de revolução. "Persépolis" com certeza merece ser lembrado, tanto como símbolo da evolução das animações, quanto como um filme profundo, uma ótima produção francesa!



Gênero: Animação
Duração: 95 min.
Ano: 2007