O pôster de "O Vencedor" não faz juz ao filme. Excluir Melissa Leo da capa é um erro imensurável! Ela toma todas as cenas em que aparece e, com certeza, é uma forte candidata ao Oscar de melhor atriz coadjuvante, e é também a minha aposta para a categoria. Categoria esta na qual Amy Adams foi indicada também por "O Vencedor", algo raro de se acontecer. O que prova que o filme possui força no elenco. Na verdade, as interpretações dos atores são as únicas coisas que salvam o filme. Porque sem eles, o filme não seria nada! "O Vencedor" só se vale pelos atores, pena que isso seja suficiente somente para transformar um filme ruim, em mediano, não para salvar completamente a obra. Amy Adams deixa de lado a pose e a compostura, para dar vida a uma personagem forte e decidida, e muitas vezes ciumenta. Aliás, é ela, na única cena em que supera a atuação de Melissa Leo, que proporciona uma das melhores sequências do filme, onde a mesma briga com a irmã do personagem de Mark Wahlberg, após alguns minutos de provocação. Mas, como disse anteriormente, é Melissa Leo que se destaca. Como em "Rio Congelado", seu desempenho é soberbo! Desde o tom de voz, até as representações faciais. Compondo o elenco masculino, Christian Bale, também fabuloso, como o irmão drogado, possui fortes chances de ganhar melhor ator coadjuvante, e mais uma vez, esta é minha aposta. E, para fechar o elenco, Mark Wahlberg, na melhor interpretação de sua carreira, foi injustiçado por não concorrer a melhor ator este ano. Em detrimento aos ótimos atores/atrizes temos um roteiro, na minha opinião, fraco, que se torna muito arrastado com o passar dos minutos. Mas o que mais me incomodou foi que frequentemente "O Vencedor" nos força sensações. A todo momento, somos influenciados e forçados a sentir determinado sentimento. O filme nos força a sentir pena, angústia, alegria, e até a nos chocarmos. Mas o feitiço vira contra o feitiçeiro, porque ao invés de sentirmos a sensação imposta pelo filme, sentimos uma sensação de desconforto por estarmos vendo uma coisa tão forçada. Para exemplificar, citarei a cena em que vemos pela primeira vez o irmão de Mickey se drogando. Quando ele começa a se drogar, a cena é convertida para slow motion, e uma trilha sonora absurdamente deprimente toca ao fundo, forçando a nos chocarmos com a situação, mas fracassadamente. Com certeza, se o filme deixasse as emoções surgirem naturalmente, ele seria muito melhor. David O'Russel nunca dirigiu trabalhos dignos de muitos elogios, e "O Vencedor" não é diferente. Não merece nem metade das categorias as quais foi indicado, exceto as duas indicações a atriz coadjuvante, e a de ator coadjuvante. O filme acompanha a trajetória de Mickey (Wahlberg), um boxeador, em busca do título mundial de pesos-leves.
(Mediano)
Gênero: Drama
Duração: 115 min.
Ano: 2011
Marcadores:
Críticas
(Mediano)
Gênero: Drama
Duração: 115 min.
Ano: 2011
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