Cinefilia 04: Clássicos - Trilogia Karatê Kid

sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Postado por Selton Dutra Zen

OBS: Este post contém spoilers!

A notícia de que "Karatê Kid" iria ganhar uma refilmagem me reviveu a vontade de rever a trilogia original, que havia assistido há muito tempo e não me recordava de praticamente nada sobre ela. Decidi então, fazer um especial para o C de Cinema, onde neste post vou falar da trilogia (excluindo "Karatê Kid 4 - A Nova Aventura", realizado em 1994, por não fazer parte desta trilogia, por ser mais um filme que se aproveitou da fama que os outros antecessores conseguiram, para ganhar público!), e no próximo post, comentarei a refilmagem de 2010. Sabendo disso, farei uma breve análise sobre cada um dos três filmes, que constituem esta coleção que marcou a sua geração de lançamento:

"Karatê Kid - A Hora da Verdade" (1984): Em resumo, é um filme encorajador. Apesar de sabermos que tudo o que vimos no filme é pura ficção e que não seria tão rápido e tão fácil aprendermos karatê daquele jeito, o filme de certo modo nos inspira a lutar contra algumas pessoas que se acham superiores a outras e se acham no direito de perturbar a paz alheia. Além disso, o filme possui uma fotografia muito boa, que em vários momentos, somos apresentados à sombras, nas quais o sol encobriu seus rostos ou seus detalhes (exemplo disso, é a cena em que o sr. Miyagi treina equilíbrio em cima de um pedaço de madeira, de modo em que só visualizamos sua sombra). Em contrapartida, o filme erra um pouco por possuir muitos clichês, como o namoro proibido de uma garota com Daniel, no qual, os pais da garota a proibiram de namorar o garoto por ele ser pobre, ou até mesmo no último ato do filme, quando Daniel está lutando no campeonato de karatê, e ocorre o momento em que ele começa a perder e desanimar, para depois recuperar as forças e vencer seu adversário.

"Karatê Kid 2 - A Hora da Verdade Continua" (1986): Esta sequência se inicia minutos após Daniel ter ganho o campeonato de karatê e termina do mesmo jeito que todos os outros dois filmes da série, com Daniel, ou o sr. Miyagi (ou os dois) comemorando mais uma vitória em alguma luta. E, particularmente, gostei desta continuidade de um filme para outro, pois de certa forma, uma produção completa a outra. Mas não pense que se você não assistiu o primeiro, caso esteja vendo o segundo, ou o segundo, caso esteja vendo o terceiro filme da série, que você não vai entender o filme. Não. Nos créditos iniciais deste (e de seu sucessor), vemos imagens, cenas dos filmes anteriores. Vemos então Miyagi ensinado lições à Daniel, Daniel no torneio, etc. E isso prejudicou muito o filme. Talvez se só fosse reprisada a cena do torneio, ficaria muito melhor. E, como em todos os filmes da trilogia, a boa fotografia permanece. Este filme é muito mais profundo que o seu antecessor, por lidar mais com o emocional do sr. Miyagi.

"Karatê Kid 3 - O Desafio Final" (1989): Como disse a pouco, "Karatê Kid 3" erra nos créditos iniciais, por reprisar o que já tínhamos visto em "Karatê Kid" e "Karatê Kid 2". Mas outra coisa também me incomodou: o fato de neste filme Daniel estar estar completamente descontrolado! Talvez tenha sido uma tentativa do filme de representar que o adolescente estava passando por uma fase difícil, mas confesso que ele acabou se tornando, justamente pelo exagerado descontrole, uma presença desagradável no filme, e ainda por cima, ele é o personagem principal da história, ou seja, somos obrigados a o acompanhar até o fim deste filme. Talvez este tenha sido o maior erro desta produção. Como nos seus dois antecessores, a boa fotografia se mantém.

Além disso tudo, a trilogia possui um tom de comédia, que funciona e se encaixa muito bem em todos os filmes da série. E por fim, é muito bom ver um dos filmes à que Tarantino fez referência em "Kill Bill vol.1", que é "Karatê Kid".

Vale a pena assistir e se emocionar, rir e se divertir com Daniel e sr. Miyagi, que juntos formam uma dupla muito original, e que é ela que dá a essência dos filmes! Até o próximo post!


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