337. Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras

sábado, 21 de janeiro de 2012
Postado por Selton Dutra Zen


(Ruim)

De início, estava receoso que este fosse mais um longa repetidor do estilo Guy Ritchie de fazer cinema. Porém, logo quando a produção se iniciou, me lembrei de que o ótimo "Sherlock Holmes" representava uma mudança na fórmula batida do realizador, assim, confesso que fiquei esperançoso em ver algo divertido, inteligente e um tanto inovador, como seu antecessor foi. Mas, que decepção! Apesar de utilizar a mesma estética do primeiro, este "Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras" emprega as inovações e a forma do filme de 2009 e a destrói absurdamente nesta porcaria que, sem dúvidas, merece ser taxada como o pior filme do diretor!

A narração em off, além de enjoativa, é muito mal utilizada. A fotografia abusa da escuridão, na tentativa de acrescentar obscuridade à trama, conseguindo, somente, deixar o espectador desnorteado em inúmeras cenas. E a tão famosa câmera lenta... bom, basta dizer que neste longa, ela se torna didática, por constituir, involuntariamente, um manual de como NÃO se empregar o slow motion em um filme. Isto, claro, é culpa da péssima edição e da própria direção horrorosa de Ritchie, que, não obstante em denegrir a imagem de uma nova estética que estava tentando certeiramente criar, ainda consegue a proeza de transformar um ótimo roteiro inteligente e criativo, em algo completamente desinteressante e, principalmente, maçante, o que acaba encobrindo uma trama, no mínimo, promissora, com firulas exacerbadas e uma falta de objetividade tremenda. Este talvez (ou melhor, com certeza) tenha sido o grande erro deste filme. 

Obviamente, não estou defendendo que o roteiro aqui seja impecável. Possui seus erros, como os trejeitos irritantes e exagerados de Sherlock (algo bem mais contido na produção de 2009), que acaba, por ventura, associando o personagem à pior fase da persona de Jack Sparrow (que acontece no 4º filme), onde ambos denotam serem bêbados idiotas, ao contrário de pessoas astutas, como deveriam aparentar. Além disso, algo interessante de se notar é que em "Sherlock Holmes", tudo era mais divertido, leve e fluído, mesmo que quase ausente de piadas recorrentes. Porém aqui, nesta continuação, apesar de possuir diversos momentos de alívio cômico, o filme acaba caindo no monótono em incontáveis sequências, além de não entreter, mas incomodar o público pagante. O porquê desta ironia? A resposta é simples: o script peca mais uma vez ao inserir piadas falhas e alívios cômicos repetitivos, que cansam e enojam o espectador. Todavia, estes erros se tornam pecadilhos, se comparado à péssima direção, já comentada acima.

Tudo isso faz de "Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras" um filme ruim, porém esquecível, o que é um grande alívio, tendo em vista que não gostaria de ter esta decepção gravada em minha mente. Ainda quero associar o nome do realizador à obras muito mais consistentes e consideráveis como os ótimos "Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes", "Snatch", o próprio antecessor deste longa comentado aqui, além de alguns outros títulos que fazem, pelo menos, o espectador relaxar e se entreter. 

Gênero: Ação
Duração: 129 min.
Ano: 2011

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