(Ruim)
Dreamworks e suas tentativas fracassadas de emular Disney/Pixar já saturaram. A cada novo filme que a produtora lança nos cinemas, isto fica mais evidente. Porém, em nenhum outro momento no histórico da empresa, a cópia dos exemplares da maior fabricante de filmes animados do mundo foi tão descarado. E, como não poderia deixar de ser, com tantas situações pretensiosas e enganosas, o resultado de "Madagascar 3" foi bem abaixo da média. Além de ser, com anos-luz de vantagem, o pior filme da trilogia, ainda merece configurar no rol das mais fracassadas (não monetária, mas qualitativamente) obras que a Dreamworks Animation já produziu.
A trama é rasa e explorada de forma muito errada por um roteiro preguiçoso. Nela, o notório grupo de animais fugitivos decide ir à uma cidade próxima atrás dos pinguins que, mais uma vez, os enganaram. Lá chegando e se encontrando com o grupo dos trapaceiros, rapidamente eles se vêem envolvidos em uma gigante confusão em um cassino. A úncia saída para os animais não tão selvagens assim é se refugiar junto de uma trupe de circo. A partir dai, o espectador já pode imaginar toda a evolução e conclusão da trama. Isto, na verdade, nem sempre é um demérito. O problema real é quando os roteiristas dessa bomba abrem mão de qualquer mínima explicação para alguns fatos chamativos da história. Você não se perguntou como os personagens chegaram à cidade - logo nos primeiros minutos de projeção? -, ou de onde surgiu o arco gigante, tecnológico e colorido da companhia de circo (sendo que o grupo dirige um trem extremamente velho e mal cuidado)?. E os erros de lógica não param por ai... como explicar que um circo em máxima decadência e com péssima reputação atraia tanta gente aos seus espetáculos e (pasmem!) se apresente no meio do Coliseu? Ou que a estrutura interna do circo seja algo de dar inveja ao Cirque du Soleil? Obviamente, ao comprar meu ingresso e entrar na sala escura, não esperava um roteiro digno de aplausos, com justificativas muito bem embasadas ou conclusões inteligentes, mas também não estava preparado para a porcaria de script ao qual fui apresentado. Uma coisa é você criar um roteiro simples e singelo a um filme animado (já que os mesmos nunca exigiram algo complexo), outra coisa, porém, é você jogar na cara das crianças qualquer besteira mal pensada, esperando que elas engulam - o que acaba menosprezando a inteligência desse público alvo. E isso me irrita profundamente!
Em contrapartida, "Madagascar 3" se apoia muito nos personagens coadjuvantes. Isso, apesar de aparentar, não é um erro. No caso deste filme, acabou soando muito positivo, uma vez que as personalidades secundárias são interessantes, pelo menos razoavelmente construídas e divertidas. Até porque, apesar de todos os deméritos gigantes deste engodo, é inegável que ele realmente divirta. Algumas cenas arrancam risadas, enquanto outras agradam de tão bizarras que são (vide o homem sendo inserido no ânus de um elefante - sim, juro que esta cena existe!). Porém, se formos analisar mais aprofundadamente a participação dos personagens, é válido citar que nem mesmo o elenco é livre de pecados. Enquanto a história se foca muito nos coadjuvantes, ela acaba deixando de lado os protagonistas que, por sua vez, deveriam levar o filme adiante. Ocorre, então, uma inversão de papéis. Quem carrega o filme nas costas é a foca, o tigre ou o suricato, enquanto Alex (o leão) e os outros três animais principais perdem o foco e se tornam dispensáveis, coisa que não acontecia nos outros dois exemplares de "Madagascar".
Contudo, até mesmo as cenas cômicas acabam incomodando e enjoando em dado momento de projeção, já que os roteiristas parecem aproveitar qualquer brecha mínima entre cenas ou diálogos para lançarem gags que muitas vezes soam artificiais e quase sempre despropositais. Algumas sequências de comédia existem apenas para criar mais uma situação engraçada que em nada contribuirá para a narrativa, o que acaba deixando tudo forçado demais. Um exemplo perfeito pode ser percebido na sequência em que a girafa aprende a dançar na corda bamba, com a ajuda da hipopótamo.
E, finalmente, o terceiro ato nos é apresentado. Pavoroso, por sinal. Parece que nesse momento, os realizadores abriram mão de qualquer resquício de lógica e dignidade que ainda restava na trama e apelaram para algo reprovável, humilhante e indolente. Acho difícil de conceber que uma pessoa consiga sair da sessão deste longa satisfeito com seu término. Provavelmente o pior encerramento que a Dreamwoks (pelo menos sua filial voltada às animações) já produziu. E até lá, um desfile de bizarrices e plágios de Disney e Pixar se dão na tela grande. Não direi que me decepcionei com essa obra, já que em nenhum momento considerei a hipótese de ser algo realmente bom. Todavia, não aguardava algo tão pedestre e insatisfatório.
P.S: O 3D funciona apenas como um divertimento à parte. Em nada acrescenta à produção, portanto, pode ser descartado. Embora não decepcione em sua realização.
Gênero: Animação
Duração: 93 min.
Ano: 2012
Marcadores:
Críticas
A trama é rasa e explorada de forma muito errada por um roteiro preguiçoso. Nela, o notório grupo de animais fugitivos decide ir à uma cidade próxima atrás dos pinguins que, mais uma vez, os enganaram. Lá chegando e se encontrando com o grupo dos trapaceiros, rapidamente eles se vêem envolvidos em uma gigante confusão em um cassino. A úncia saída para os animais não tão selvagens assim é se refugiar junto de uma trupe de circo. A partir dai, o espectador já pode imaginar toda a evolução e conclusão da trama. Isto, na verdade, nem sempre é um demérito. O problema real é quando os roteiristas dessa bomba abrem mão de qualquer mínima explicação para alguns fatos chamativos da história. Você não se perguntou como os personagens chegaram à cidade - logo nos primeiros minutos de projeção? -, ou de onde surgiu o arco gigante, tecnológico e colorido da companhia de circo (sendo que o grupo dirige um trem extremamente velho e mal cuidado)?. E os erros de lógica não param por ai... como explicar que um circo em máxima decadência e com péssima reputação atraia tanta gente aos seus espetáculos e (pasmem!) se apresente no meio do Coliseu? Ou que a estrutura interna do circo seja algo de dar inveja ao Cirque du Soleil? Obviamente, ao comprar meu ingresso e entrar na sala escura, não esperava um roteiro digno de aplausos, com justificativas muito bem embasadas ou conclusões inteligentes, mas também não estava preparado para a porcaria de script ao qual fui apresentado. Uma coisa é você criar um roteiro simples e singelo a um filme animado (já que os mesmos nunca exigiram algo complexo), outra coisa, porém, é você jogar na cara das crianças qualquer besteira mal pensada, esperando que elas engulam - o que acaba menosprezando a inteligência desse público alvo. E isso me irrita profundamente!
Em contrapartida, "Madagascar 3" se apoia muito nos personagens coadjuvantes. Isso, apesar de aparentar, não é um erro. No caso deste filme, acabou soando muito positivo, uma vez que as personalidades secundárias são interessantes, pelo menos razoavelmente construídas e divertidas. Até porque, apesar de todos os deméritos gigantes deste engodo, é inegável que ele realmente divirta. Algumas cenas arrancam risadas, enquanto outras agradam de tão bizarras que são (vide o homem sendo inserido no ânus de um elefante - sim, juro que esta cena existe!). Porém, se formos analisar mais aprofundadamente a participação dos personagens, é válido citar que nem mesmo o elenco é livre de pecados. Enquanto a história se foca muito nos coadjuvantes, ela acaba deixando de lado os protagonistas que, por sua vez, deveriam levar o filme adiante. Ocorre, então, uma inversão de papéis. Quem carrega o filme nas costas é a foca, o tigre ou o suricato, enquanto Alex (o leão) e os outros três animais principais perdem o foco e se tornam dispensáveis, coisa que não acontecia nos outros dois exemplares de "Madagascar".
Contudo, até mesmo as cenas cômicas acabam incomodando e enjoando em dado momento de projeção, já que os roteiristas parecem aproveitar qualquer brecha mínima entre cenas ou diálogos para lançarem gags que muitas vezes soam artificiais e quase sempre despropositais. Algumas sequências de comédia existem apenas para criar mais uma situação engraçada que em nada contribuirá para a narrativa, o que acaba deixando tudo forçado demais. Um exemplo perfeito pode ser percebido na sequência em que a girafa aprende a dançar na corda bamba, com a ajuda da hipopótamo.
E, finalmente, o terceiro ato nos é apresentado. Pavoroso, por sinal. Parece que nesse momento, os realizadores abriram mão de qualquer resquício de lógica e dignidade que ainda restava na trama e apelaram para algo reprovável, humilhante e indolente. Acho difícil de conceber que uma pessoa consiga sair da sessão deste longa satisfeito com seu término. Provavelmente o pior encerramento que a Dreamwoks (pelo menos sua filial voltada às animações) já produziu. E até lá, um desfile de bizarrices e plágios de Disney e Pixar se dão na tela grande. Não direi que me decepcionei com essa obra, já que em nenhum momento considerei a hipótese de ser algo realmente bom. Todavia, não aguardava algo tão pedestre e insatisfatório.
P.S: O 3D funciona apenas como um divertimento à parte. Em nada acrescenta à produção, portanto, pode ser descartado. Embora não decepcione em sua realização.
Gênero: Animação
Duração: 93 min.
Ano: 2012