327. Hanna

quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Postado por Selton Dutra Zen


(Mediano)

Joe Wright é um diretor eclético. E, apesar de sempre se ater ao gênero drama, alterna o conteúdo de seus filmes, desde adaptações de obras de Jane Austen, passando por um drama moderno e dirigindo agora um filme que apela para um lado mais popular, ágil e violento, ao narrar a história de Hanna, uma garota treinada por seu pai, desde pequena, para ser a assassina perfeita. Uma ótima premissa, porém muito mal executada.

Primeiramente, tenho que confessar que, apesar de elogiá-lo acima, não gosto de Joe Wright, do mesmo modo que considero fraquíssimos os filmes "Orgulho e Preconceito" e "Desejo e Reparação" (apesar de adorar dramas românticos). A única produção deste diretor que me agrada é "O Solista", porém, infelizmente, "Hanna" pertence ao grupo dos dois primeiros exemplares. E o principal erro do mesmo reside justamente na direção, onde Wright deixa claro que não sabe o que está fazendo! Ele não sabe se toma vertentes dramáticas (como de costume em sua carreira), de ação ou blockbuster, alternando de forma errônea os três gêneros/sub-gêneros. E este fato é realçado ainda mais pelo roteiro sem foco, que acaba desperdiçando uma premissa deveras interessante, com dramas falsos e desnecessários e personagens dispensáveis que, ainda por cima, são mal explorados e desenvolvidos.

Ainda por cima, Wright possui dificuldades ao controlar o elenco, o que resulta em péssimos desempenhos de atores e atrizes que, no mínimo, soariam um tanto naturais, mas acabam cômicos, por suas interpretações soarem, na verdade, pavorosas. Obviamente incluo nesta crítica negativa, os atores Eric Bana e Cate Blanchett.

A parte técnica decepciona por adotar uma edição muito ruim, que, na tentativa de acrescentar agilidade à obra, acaba apelando para efeitos desnecessários, exagerados e fora de hora. A fotografia também é fraca. Constantemente tive a impressão de que alguém muito inexperiente estava manuseando a câmera, ao executar estilos, angulações e técnicas pedestres. Prova disso são algumas cenas com câmeras na mão excessivamente trêmulas. E, não obstante, a trilha sonora é clichê, óbvia, repetitiva e, consequentemente, enjoativa.

Mas este filme não é de todo ruim! Ele consegue prender a atenção do espectador, apesar de todos os erros técnicos, teóricos e práticos. E em meio a tantos filmes populares irritantes e entediantes, isto é um grande mérito!

Gênero: Ação
Duração: 111 min.
Ano: 2011

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